Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal dos Programas de Pós-Graduação da UFRN, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito e como remover, acesse a Política de cookies. Para saber como a UFRN trata os dados, acesse a Política de Privacidade. Se você concorda, clique em "Ciente".

Apresentação

O Programa de Pós Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte foi aprovado pela CAPES em novembro de 2004, iniciando suas atividades em 2005 com a implantação do curso de mestrado acadêmico. Dez anos depois, o curso de doutorado foi criado, resultado de um projeto institucional consolidado com a avaliação do programa com a nota 04 (quatro) pela CAPES que, ao término do quadriênio 2013-2016, foi avaliado com a Nota 5 da área de Antropologia/Arqueologia.

Como projeto norteador do PPGAS/UFRN desde sua criação, temos a articulação entre ensino rigoroso e aprofundado, o desenvolvimento de pesquisa empírica qualificada e a condução sistemática de atividades de extensão, cujas finalidades abrangem inserção social e atuação profissional de docentes e discentes do programa na esfera pública. Todos estes três eixos têm balizado as relações que se estabelecem entre contextos localizados, que qualificam positivamente as propostas de pesquisa concreta, e questões teórico-metodológicas amplas e atuais, dialogando com as diversas tradições antropológicas. Trata-se de um projeto institucional de natureza disciplinar que se constituiu em um processo histórico de longa duração e que reapareceu marcadamente nos diversos momentos de autonomização da Antropologia na UFRN.

Como antecedente histórico do PPGAS, pode-se recuperar a criação do Instituto de Antropologia, em 1960, após a fundação da UFRN (1958). Encabeçado na época por folcloristas e intelectuais potiguares, tal como Luiz da Câmara Cascudo, o Instituto de Antropologia era voltado à pesquisa e ao ensino por meio dos setores de Antropologia Cultural, Antropologia Física e Paleontologia. Em 1974, o Instituto de Antropologia foi incorporado ao Museu Câmara Cascudo (MCC), criado um ano antes como espaço de preservação e exposição das coleções geradas pelo acervo do Instituto. Em segundo lugar, é preciso resgatar a proposta pioneira do curso de mestrado em Antropologia da UFRN, aprovado pela CAPES e implantado no ano de 1979 a partir dos esforços de antropólogos da universidade. Alguns deles iniciaram sua formação profissional no antigo Instituto de Antropologia, tais como os antropólogos Nássaro Nasser e Elizabeth Mafra Nasser. A partir da promoção de cursos de especialização e extensão, este grupo de antropólogos recém contratados iniciou o segundo curso de mestrado na região Nordeste. Por questões institucionais da UFRN, o curso de mestrado foi agregado em pouco tempo ao emergente programa de pós-graduação em Ciências Sociais e, em 1982, foi transformado no curso de mestrado em Ciências Sociais, cujas áreas de concentração eram Sociologia e Antropologia. Decorreram 25 anos para que se retomasse outra vez um programa de pós-graduação em Antropologia Social da UFRN. A proposta de criação de um mestrado acadêmico originou-se da articulação de professores inseridos no Departamento de Antropologia (DAN), estabelecido em 1999. 

Em 2004, o projeto do programa de pós graduação de Antropologia Social retomou a iniciativa pioneira do final da década de 1970, conjugado ao movimento de expansão disciplinar e profissional, tanto em cursos de pós graduação como de graduação, que caracterizou a área de Antropologia nos últimos vinte anos. A realização de concursos públicos e a contratação de novos docentes com uma formação diversificada, em âmbito nacional e internacional, reforçou este processo de expansão disciplinar e profissional.

Na criação e nos primeiros anos de funcionamento do PPGAS/UFRN, suas atividades estiveram centradas a partir de duas linhas de pesquisa: 1) “Processos Sociais, Cultura e Identidades”; e 2) “Rituais e Simbolismo”. Com o amadurecimento das atividades de pós-graduação, a integração com o ensino na graduação e também a organização de projetos de extensão, houve a redefinição das linhas de pesquisa do programa como parte do processo de estabelecimento do curso de doutorado. A atual configuração de linhas de pesquisas é a seguinte:

1)    Política, direitos e etnicidade;

2)    Gênero, sexualidades, corpo e saúde;

3)    Memória, saberes locais, religiosidade, rituais; 

4)    Espaços, imagens, tecnologias.


Em estreita harmonia com os objetivos do programa de pós-graduação e suas linhas de pesquisa, há a dinâmica específica dos grupos e núcleos de pesquisa, que estão formalmente ligados ao Departamento de Antropologia e, portanto, garantem suporte institucional aos projetos de pesquisa de docentes e discentes. Será através dos cinco grupos de pesquisa, atualmente existentes, que os projetos de extensão e as atividades voltadas ao ensino de graduação coexistem e se correlacionam com as atividades da pós-graduação:  

1) CIRS - Cultura, Identidade e Representações Simbólicas, criado em 1993;

2) ETAPA - Grupo de estudos Etnologia, Tradição, Ambiente e Pesca Artesanal, formado em 2012;

3) GECP - Grupo de Estudos Culturas Populares, criado em 2000;

4) GCS - Gênero, Corpo e Sexualidade, estabelecido em 2006;

5) NAVIS - Núcleo de Antropologia Visual, formado em 2001.


O PPGAS tem implementado agendas de pesquisa, ensino e trabalho e tem formado profissionais, ao nível de mestrado e doutorado, a partir de um espectro amplo de temáticas e questões teórico-metodológicos que corroboram a ampliação do ensino e pesquisa em Antropologia no país desde a década de 2000. Dentre os diversos temas que abarcam estas agendas de pesquisa e ensino, deve-se salientar a continuidade dos estudos afro-brasileiros, de etnologia e etnicidade. Os estudos urbanos e do campesinato, das comunidades pesqueiras bem como os de cultura popular, patrimônio e memória têm sido promovidos e estimulados desde a criação do programa. Nos últimos 10 anos, é evidente o amplo interesse por pesquisas e formação especializada em gênero, sexualidade, saúde e doença, o que se evidencia em cursos ministrados e dissertações defendidas. Mais recentemente, disciplinas de ensino e projetos de pesquisa sobre conflitos e direitos, justiça, ativismo e mobilização sociopolítica têm recebido grande atenção no programa, envidando possibilidades de diálogos interdisciplinares com profissionais de outras áreas. O mesmo acontece com o ensino, pesquisa e a produção cultural em antropologia visual, novas tecnologias digitais e em antropologia do consumo. Este conjunto abrangente de agendas e interesses acadêmicos de natureza antropológica é observável tanto nos projetos de pesquisa e produção teórica e cultural dos professores (impressos, audiovisuais e digitais), quanto no conjunto de temas etnográficos e arranjos teóricos presente nas dissertações já defendidas.

Em relação aos processos seletivos do PPGAS/UFRN, eles foram iniciados com a oferta de seis vagas, que, gradativamente, foram sendo ampliadas devido à demanda de pessoas pela formação na área de Antropologia. No edital de mestrado de ampla concorrência de 2015, tivemos a inclusão de uma política de cálculo diferenciado para negros, pardos e pessoas com deficiência. Neste mesmo ano foi feito um edital específico com vagas para indígenas. Em 2017/2018 adicionamos uma vaga para quilombolas; em 2020/2021 incluímos uma vaga para ciganos e, por fim, em 2022/2023 mais uma vaga para pessoas trans. No doutorado a primeira seleção específica ocorreu em 2020/2021 para indígenas, quilombolas, ciganos e pessoas trans.

Deve-se acrescentar que o PPGAS edita dois periódicos acadêmicos regulares, qualificados pela CAPES (Qualis periódicos):

1) Vivência - Revista de Antropologia da UFRN (revista semestral digital; conceito Qualis A2)

https://periodicos.ufrn.br/vivencia


2) Revista Equatorial, (digital; editada pelos discentes do PPGAS com supervisão docente; conceito Qualis  A4)

https://periodicos.ufrn.br/equatorial


Todas estas são as marcas do PPGAS/UFRN, tanto no que se refere à produção do seu corpo docente quanto à formação, pesquisa e a atuação profissional dos seus discentes. Esta característica relaciona-se à formação acadêmica dos professores, composto de pesquisadores com vínculos de ensino e pesquisa em diferentes instituições nacionais e estrangeiras. Tudo isto soma-se à construção de sólidas redes de pesquisa no âmbito do desenvolvimento dos projetos de intercâmbio que envolveram o PPGAS/UFRN e outros programas de pós-graduação da área de Antropologia a partir de 2006, tal como os editais de intercâmbio entre programas de pós-graduação, por exemplo o PROCAD/CAPES e PROCAD/CNPq. Além disso, a internacionalização do programa é uma meta atual, que decorre de iniciativas anteriormente desenvolvidas pelos docentes do programa.